Este artigo tem como objetivo analisar as cartas de Nietzsche, questionando se podemos legitimamente considerá-las como veículo de compreensão e interpretação de sua obra. Embora as cartas sejam inevitavelmente contaminadas por seu contexto, agora é geralmente aceito que elas não podem ser consideradas “parasitas” nas obras de seus autores, mas são “parte integrante de sua máquina de escrever ou expressar” (Deleuze-Guattari). Não se trata de interpolar ou interpretar a gênese e o conteúdo das obras a partir da pressão dos elementos biográficos, mas sim de utilizar as cartas como uma espécie de esquema hermenêutico, para melhor compreender a representação de si mesmo de um autor, as intenções subjacentes de suas obras, e captar seus elementos estilísticos e recursos argumentativos, que as obras inevitavelmente transformam. This paper aims to analyze the letters of Nietzsche, questioning if we can legitimately regard them as a vehicle for understanding and interpretation his work. Although letters are inevitably tainted by their context, it is now generally accepted that they cannot be thought of as “parasitic” on the works of their author, but are an “integral part of his machine for writing or expression” (Deleuze-Guattari). It is not a question of interpolating or interpreting the genesis and contents of the works with the pressure of biographical elements, so much as using the letters as a sort of hermeneutic scheme, the better to understand an author’s representation of himself, the underlying intentions of his works, and to grasp their stylistic elements and argumentative resources, which the works inevitably transform.
“O alquimista dos valores”. As cartas do último Nietzsche (1885-1889)
Maria Cristina Fornari
2019-01-01
Abstract
Este artigo tem como objetivo analisar as cartas de Nietzsche, questionando se podemos legitimamente considerá-las como veículo de compreensão e interpretação de sua obra. Embora as cartas sejam inevitavelmente contaminadas por seu contexto, agora é geralmente aceito que elas não podem ser consideradas “parasitas” nas obras de seus autores, mas são “parte integrante de sua máquina de escrever ou expressar” (Deleuze-Guattari). Não se trata de interpolar ou interpretar a gênese e o conteúdo das obras a partir da pressão dos elementos biográficos, mas sim de utilizar as cartas como uma espécie de esquema hermenêutico, para melhor compreender a representação de si mesmo de um autor, as intenções subjacentes de suas obras, e captar seus elementos estilísticos e recursos argumentativos, que as obras inevitavelmente transformam. This paper aims to analyze the letters of Nietzsche, questioning if we can legitimately regard them as a vehicle for understanding and interpretation his work. Although letters are inevitably tainted by their context, it is now generally accepted that they cannot be thought of as “parasitic” on the works of their author, but are an “integral part of his machine for writing or expression” (Deleuze-Guattari). It is not a question of interpolating or interpreting the genesis and contents of the works with the pressure of biographical elements, so much as using the letters as a sort of hermeneutic scheme, the better to understand an author’s representation of himself, the underlying intentions of his works, and to grasp their stylistic elements and argumentative resources, which the works inevitably transform.I documenti in IRIS sono protetti da copyright e tutti i diritti sono riservati, salvo diversa indicazione.